sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Acabo...

Um dia desses,
Eu acabo pensando... acabo sonhando...
E vejo um sorriso, um simples olhar...

Um dia desses,
Eu penso que acabo ou acabo de tanto pensar...

Pensando um dia,
Sorrindo me acabo, de ver o que olho sonhando...

Olhando que ria,
Penso que vejo, e acabo sonhando,
Com um olho sorrido...

Sonhando num dia.
Vejo-me acabando, com um simples sorriso
No olhar, penso que:

Um dia...

(Karen Triacca)


Espelhos

No espelho vejo meu futuro,
No futuro, tento me espelhar;
Procuro ver o meu naufrágio
Indo e vindo a qualquer lugar.

No espelho d água, vejo meu passado,
E olhando para dentro, vejo o que ainda posso melhorar...
Quando me olho não vejo mais o que era,
Mas vejo o que já fiz para continuar.

Olhando para os outros vejo a diferença
E na minha velhice poderei me acalmar
A cada dia que passo, ganho mais experiência
E toda experiência que ganho, procuro sempre guardar.

Por isso, quando viajo no espelho
Temporal de minha mente
Imagino, que vendo-me assim,
Jamais irei parar de pensar.

(KarenTriacca)

E vem você dizer que sou louco


Naquele buraco imenso e escuro
Num mundo sem eira nem beira...
Espera! Cadê eu nessa história??
Cadê a comemoração da sua vitória?
Afinal eu estava numa espaçonave,
Com aquele velho e bom companheiro
Que aumenta a criatividade da mente...
Que me leva além dessa sociedade...
E eu que queria vencer esta guerra...
Que guerra!? Eu numa estrada estrelada
Com mil caminhos a percorrer,
Com milhares de viagens a fazer,
Bebendo um copo de vinho
Ouvindo aquele rockzinho antigo
Tragando a sabedoria do cosmos celeste...
Eu lá e você aqui, cheio de problemas sem solução
Achando que venceu uma enorme guerra!!!
Pensando ser um grande sábio,
E que vai me por no ferro...
E eu aqui, no meu canto,
Descobrindo novas maneiras de sair do alcance da sua visão...
E ser feliz, ou quem sabe só pra sair
E conhecer o universo da minha mente vazia...
E vem você dizer que sou louco....
(Karen Triacca)

Dúvida

Lua bonita, quisera ele

Devolver aquele sentimento.

Singelo e tão guardado,

Entregue a um anjo safado,

Que não o correspondeu...

Deixou-me de queixo babado...

O coração, num batimento apertado,

Com um olhar quase vidrado,

Uma dúvida me ocorreu...

Ele propôs uma paixão imensa,

Tão doce e tão intensa,

Que a ele me entreguei...

Coração bobo e atônito,

A um mau anjo eu te dei

Não creio que sejas correspondido,

E sem você eu morrerei.

(Karen Triacca)

Desiguais

Olhares tortos, desalmados

Que vêem mal, coitados.

Há neles uma grande

Necessidade especial,

Num mundo tão desigual

Onde a igualdade é magistral

Todos querem ser iguais

Pois causa choque, não ser “normal”.

Padrões de beleza, fenomenal

Não entendem, a diversidade

É coisa tão natural

Mudam o mundo, fazem rebeliões

Natureza, morte, tudo igual

Mas nada é igual, todos vêem diferente

Todos pensam diferente

Só não enxergam que a igualdade

Nos causa tanto mal,

A diferença é o que importa.

Podemos ver a mesma coisa,

Que será diferente em todo local

Agimos diferente, vivemos diferente

Nada é igual, então que custa aceitar

Que a diferença é igual

Para todos, sem restar nenhum

Falta aceitar que a diferença

Faz parte do natural

Que estamos em constante mutação

Por isso, há a evolução.

Se aceitarmos os ideais

De que nunca fomos iguais

Viveremos mais em paz.

Desigual é tão natural

Tudo é igual,

Igualmente desigual.

Rostos, olhares, sorrisos,

Pensamentos, sentimentos,

Tudo é tão diferente.

E quem pode realmente superar

Que mesmo não sendo “igual”,

E mesmo não sendo “normal”

Faz maravilhas, assim como o Sol

Ao nascer e ao se pôr.

E pensar que a diferença

O acompanha desde o início

Desde a fecundação.

Pode, e vai conseguir,

Superar, aceitar, modificar

Pensar diferente

Ser diferente

É muito importante,

E ver que a diferença

Pode trazer grande potência,

Grandes conquistas,

Que pode ser bom

Ser diferente,

Não é tão difícil

Basta pensar que somos diferentes

E não iguais, mas semelhantes.

Sempre, em nós mesmos

Nos atos, nas vidas que passamos

Enquanto vivemos.

Isso é o que faz viver,

Conquistar, ser quem é

Aceitar que a diferença faz crescer.

Se há dificuldade em ser “normal”,

Por quê ser, se podemos viver

Tão desigual, se ser desigual

É ser tão igual

Tudo é igualmente desigual.

E aprender a ser diferente ,

É nossa grande

“Necessidade Especial”.

(Karen Triacca)

Desejo louco

Os teus olhos, tão incandescentes

Que fulminam os meus

Dentro das pupilas estalam

Chamas que meu corpo incendeia

Esses lábios ardentes como as lavas do vulcão

Que me devoram até a alma

Quando me beijam tão loucos

E me deixam quase sem chão

As mãos inquietas que burlam os meus sentidos

Tocando em todo o meu corpo

Até arrancar-me o vestido

Desnudando-me até a menor molécula.

Tudo isso se junta à voz sensual

Que a todo meu ventre enlouquece

Com sussurros que adentram meus ouvidos,

Formando uma onda de desejos em cadeia.

Castelo

Meu castelo, sórdido
De base de pedra de lenhador,
Parecia um forte de guerra
Destruído por um grande tremor,
A Terra, Oh mãe terra,
Você o abandonou,
Sabias que ele era forte por fora
Mas por dentro um sonhador
Agora estou sem castelo,
Sem forte, sem protetor,
Como uma folha exposta ao granizo
Ou o homem ao vírus matador.
Terra, mar, céus inteiros
Meu castelo despedaçou
E na areia do deserto
Queimarei com o calor
Porque, até nisso, o mar teu
Filho, saiu e me deixou.
Sem asas, não posso voar
Sem meu castelo não paro em pé
Sem o sonho, meu mundo fechou.

(Karen Triacca)